Economia política da violência no trânsito release_fiasfan3enhanaz4delegpmsny

by Nildo Viana

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Abstract

Resumo: O presente artigo aborda o processo de constituição social do aumento de violência no trânsito, especialmente a violência automobilística. Para tanto busca reconstituir a determinação fundamental deste fenômeno e suas múltiplas determinações. É a partir disso que realiza a análise do modo de produção capitalista e seu modo de desenvolvimento marcado pela sucessão de regime de acumulação. É durante o regime de acumulação conjugado que a produção capitalista passa a ter como carro-chefe o capital automobilístico, o que se reproduz no regime de acumulação integral. Nesse processo, se constitui também as demais determinações do fenômeno. O processo de crescimento e expansão do capital automobilístico promove um consumo ascendente e vertiginoso de automóveis, o que é mais grave nos países de capitalismo subordinado, nos quais o sistema viário não se desenvolve com a mesma rapidez e provoca inúmeros problemas no trânsito, gerando novos motivos para violência automobilística. Palavras-Chave: Violência Automobilística. Capital Automobilístico. Regime de Acumulação. Violência no Trânsito. _____________________________________________________________________________ O que provoca os altos índices de violência no trânsito? O que gera a violência automobilística? As respostas a estas perguntas pressupõem uma análise do seu processo de constituição e dos diversos elementos envolvidos nele. Nesse sentido, uma "economia política" da violência no trânsito é uma necessidade. Entenda-se, aqui, economia política não no sentido da "ciência econômica" ou de uma subdivisão dela e sim como sua produção através das lutas de classes. A palavra economia, entre os seus diversos significados, pode significar produção, bem como a palavra política, no sentido de Marx, remete para a luta de classes 1 , e este é o sentido em que o sociólogo Jean Baudrillard (1995), em seu período estruturalista-"marxista", deu ao apresentar o título de seu livro Para uma Crítica da Economia Política do Signo. Nesse sentido, o que é denominado "violência no trânsito" precisar ser inserido na totalidade das relações sociais e entendida em seu processo de produção social e política. Antes de iniciar a análise do processo de produção da violência no trânsito, é necessário apresentar uma definição de violência no trânsito, o que pressupõe uma 1 Alguns autores destacaram isso (VIANA, 2003; MILIBAND, 1980). Nesse sentido, a concepção de política em Marx é distinta da concepção burguesa, para a qual é política apenas aquilo que remete ao Estado: "Como o Estado é a forma na qual os indivíduos de uma classe dominante fazem valer seus interesses comuns e na qual se resume toda a sociedade civil de uma época, segue-se que todas as instituições comuns são mediadas pelo Estado e adquirem através dele uma forma política" (MARX e ENGELS, 1991, p. 98).
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